Katy estará estampando a edição da semana do dia 14 de Agosto da revista Rolling Stone norte-americana. Com a chamada “Katy Perry: Conquistando o mundo um pecadinho de cada vez”, ela aparece na capa da revista com seus cabelos verdes e seu estilo pop psicodélico. As fotos e a matéria na íntegra, traduzida exclusivamente pela equipe Todos Loves Katy Perry, você confere abaixo: Katy Perry não está certa de o porquê ela está chorando enquanto ganhava velocidade na esteira em quarto de vestir com um tapete da Chanel em uma arena em Newark, New Jersey. Empurrando a dor em seus joelhos agredidos pelas coreografias, sem pensar nada em particular, lá estavam elas: lágrimas, toda uma bagunça delas. Mas a causa permanece misteriosa: “Eu sou feita de acordo com meus períodos”, diz ela mais tarde, espontaneamente. “Eu não sou tipica de TPM”.
A hora do show está se aproximando e ela está se inclinando para trás em uma cadeira de diretor rosa com “SEU NOME AQUI” impresso na parte de trás. “Às vezes, a única maneira deixar os sentimentos irem embora é tendo seu choro pessoal.” Perry diz. (Embora não com muita freqüência: “Eu achava que eu tinha tido os meus canais lacrimais removidos a algum tempo atras.”, acrescenta ela mais tarde.) Ela acabou de sair de uma chuveirada e agora está vestindo um roupão rosa, de frente para um espelho enfeitado com 10 lâmpadas, enquanto seu maquiador um jovem magro chamado Todd Delano, pinta seus lábios de vermelho. Há pó branco em cada um de seus enormes olhos, para ajudar a fixar todo o brilho que será aplicado.
Ela está no décimo primeiro show com sua turnê pelos Estados Unidos, com mais ou menos 90 restantes, um número que ela não gosta de ouvir muitas vezes. Ela é a estrela e a interlocutora de tudo: das escolhas de roupas para uma pequena mudança na harmonia do backup. E, sendo a chefe, problemas surgem, é difícil. “Eu tenho um monte no meu prato”, diz ela, verificando o progresso de seu rosto em um espelho de mão da Hello Kitty. “As coisas podem ficar monótomas. Como também as vezes ficam impressionantemente devastadoras. Muitas pessoas querem coisas de você. Mas está OK! Isso é perder para ganhar. Você tem esse sonho e aí quando ele vira realidade, ele vem com muitas companhias. É a parte do sonho que você não sabia que estava lá.”
Antes de seu show, ela estava deitada sobre uma mesa em seu camarim, com agulhas de acupuntura em seus joelhos doloridos. “Nos dias em que eu tenho algum show, a partir do momento em que eu acordo, é só preparação para a noite”. diz ela. “É como se eu fosse uma vaca Kobe-beef. Recebo acupuntura, massagem, ventosas, terapia sacro-craniana – que conecta a energia através de sua espinha. Eu malho, me alongo. Nunca esqueça disso. Você nunca vai me ver na Barneys antes de um show.”
Até seu amigo Neil Patrick Harris, que passou fome para a sua dieta enquanto se apresentava na Broadway, ficou surpreso em aprender o que é necessário para ser Katy Perry: “Você rapidamente reconhece o quão dedicada ela é. É muito impressionante e me fez perceber o quanto a sério ela leva isso. Não é o que ela está fazendo agora, é o que ela sempre faz.”
Perry tem quase certeza de que forças maiores também estão trabalhando essa noite: “Eu vi on-line que hoje é lua cheia.” ela reflete, com a voz um pouco abafada pelo aplicador de batom. “Luas cheias são notórias por emoticons erráticos. Quer dizer, não é 100 por cento científico, mas uma série de estudos mostram taxas de criminalidade mais altas, maiores caos.” Talvez ela seja um lobisomem?, “Não. Meu corpo é feito de 80 por cento de água – é por isso que eu nunca choro na esteira!”. “E eu choro quando vejo uma.”, Delano retruca.
Há uma batida na porta. O seu baixista, Josh Moreau, um cara da Califórnia com longos cabelos escuros – que ele continuamente empurra para atrás das orelhas diz oi. “E aí, mano?” fala Perry, cujo próprio cabelo é, no momento, puxado em um rabo de cavalo apertado, que seu estilista irá completar com extensões. “Eu tenho uma pergunta pra você. Você se importaria se no começo do show eu colocasse meu cabelo pra tras? Ele sempre fica na minha cara,” pergunta Moreau.
“Você tem um estilo tão rock & roll com seu cabelo solto!”, diz Perry. “Mas ninguém me vê.” “Ouça, Sansão. Foi você mesmo que decidiu deixar seu cabelo assim grande. Eu acho que ele fica sexy solto. Eu estou morrendo por tudo de rock & roll que eu possa ter no momento. Mas eu não quero ser a dona do seu cabelo”, responde Katy.
“Amei que pelo menos ele tentou…”, diz Delano enquanto trabalha na maquiagem de Perry. “Eu não queria que ela gritasse comigo depois”, Moreau diz.
Depois disso vem outros negócios, que dessa vez é sério: Katy está checando algumas fotos de uma garota que Moreau conheceu online – claro que antes ela ofereceu ingressos de shows para Moreau leva-lá e também um passe de M&G para ele a entreter em algum próximo show, segundo Delano isso é para “Fechar o acordo”. “Essa garota é fofa”, diz Katy olhando fotos em seu celular com suas unhas que brilham. “Mas ela parece ser muito básica”.
A mesma acusação de tempos em tempos vem sendo dita sobre Katy Perry. Ela é linda, uma mulher crescida, é magra mas tem o corpo cheio de curvas e tem uma voz adaptável – não tão artística como Gaga ou tão louca igual a Miley ou então nem tão refrescante como a Ariana Grande. Ela é também a artista que mais teve hits nos últimos cinco anos. Seu último álbum, Teenage Dream, teve a marca de 5 singles no topo da parada americana e hoje em dia já teve 2, até agora, com seu mais novo álbum Prism. Sua música de trabalho “Birthday”, atualmente no TOP 40, é diretamente um convite ao sexo mas que no final termina um pouco amigável – uma parte estranha mas essencial de sua estética. “É tudo um pouco insinuado e atrevido, eu amo brincar com as palavras. Amo as que tem duplo sentido. Eu sou tipo, louca pela linguagem. Tipo essa tática que a Pixar usa “Does-wish”. Ok, eu não estou me comparando com a Pixar, eles são melhores que eu. Mas eles sabem entreter ambos os adultos e também as crianças assim como eu.”
Katy completa 30 anos no outono e ela tem sido famosa por pelo menos 6 deles. “Os abutres estão vindo”, diz ela rindo e eu acho que ela não está brincando. O uso de coisas asiáticas e outras culturas vem aumentando as coisas: repórteres investigaram os cultos de sua fundamentalista religião de quando ela era pequena (até agora eles só acharam coisas sobre judeus e dinheiro). “Eles podem tentar cercar o que eles quiserem, eu não estou fazendo fazendo nada de errado e eu vivo uma vida integra de alguma forma.” (Você sabe o que ela quis dizer com isso.)
Seu constante sucesso pode ir contra ela algumas vezes. “Eu sou uma cantora e compositora maquiada de pop star.”, mas seu histórico nas paradas (frequentemente produzida por Dr. Luke e Max Martin) diz que ela parece ser uma fábrica de hits. “Eu acho que ela não dá muito crédito por sua carreira ser um caminho de sua visão. Katy realmente é dona de todos os seus álbuns.”, diz Bradford um dos managers de Katy. O critico Ormille Paglia a chamou de “maniaca líder de torcida” e sim, pelo menos um pouco em algum lugar, Perry consegue se transformar em uma rainha continuando sendo uma garota alfa. Ou talvez ela é apenas como Tracy Flick (personagem de um filme de 1999), lutando no ensino médio do pop, derrubando posters no seu caminho para outro triunfo nas paradas de sucesso.
Passei alguns dias com ela, pensava que todas as cantoras tinham uma vida muito fácil. Mas, não existe Neverland em seu dia-a-dia. “Eu não sou maluca, louca, do tipo que diz que vou morrer pelos meus fãs.”, ela diz. É uma conhecidencia de que ela quase acaba de quotar Lady Gaga, e diz que não liga para os charts desse álbum. “Algumas pessoas são muito dramáticas sobre isso, e eu fico tipo ‘Honestamente, você não é a volta de Jesus, você é só um entretenimento’. Minha família e meus amigos, esse amor é importante. Estou muito grata pelo apoio dos fãs, mas não estou com sede, ou desesperada”.
Ela paga visitas regulares a um terapeuta não apenas para lidar com as consequências de seu divórcio em 2012 com Russell Brand. “É um lugar seguro para mim realmente saber tudo que se passa por dentro por uma pessoa que me conhece como Katheryn Hudson”, diz ela. “Não como Katy Perry. Eu diria que qualquer um que esteja neste negócio deveria estar fazendo isso regularmente – para ter esse tipo de responsabilidade, porque você vai a um lugar interior. Você pode fazer o que quiser, e pode ser tão destrutivo”.
Sua maquiagem está pronta e ela se parece com Katy Perry, com cílios postiços robustos e o que ela denomina “a statement lip”. Há algumas camadas agora entre sua pele e o mundo. Ela costumava falar sobre não gostar de como ela estava antes sem maquiagem, o que levanta a questão de saber se ela se sente mais como ela mesma agora. Os cílios postiços acendem e ela os encolhe. “É apenas uma versão exagerada de mim mesma”, diz ela, pacientemente. “Ainda sou eu mesma. Eu só estou usando maquiagem! É uma apresentação, realmente.”
Alguns dias antes, há alguns quilômetros do outro lado do Rio Hudson, Perry estava nos bastidores do Madison Square Garden, preparando-se apresentar seu segundo show no local. No caminho, na parede do lado de fora do seu camarim haviam fotos emolduradas de algumas lendas: Bruce Springsteen, David Bowie, Beyoncé e, bem ao lado da porta, Perry, ela mesma. De saída, inclina-se em reverências à imagem de Beyoncé e faz parecer como se não fosse digna. Ela se encontra com uma amiga que veio vê-la, Alison Williams, da série Girls (eles se conheceram através ex-namorado de Perry, John Mayer, que é amigo do noivo de Williams) e depois sai rapidamente.
Na sombra profunda atrás do palco, iluminada apenas por um brilho néon vindo das roupas de seus dançarinos, como se fossem os gladiadores Tron; ela forma um círculo de oração, pedindo a Cobb, seu empresário, para orar pedindo a benção da noite. “Ore alto e reze para nossa proteção,” diz Perry, que precisa disso, pois ela voa por cima do palco cantando em saltos e plataformas precárias. (É um show que te testa fisicamente, então qualquer coisa pode acontecer. Eu poderia escorregar). Perry conta até três, e todo mundo grita, “New York City!”
O show vai bem; ela não escorregou. Naquela noite, ela comemora por voltar para o hotel, pintar o cabelo de verde para fotografar para um photoshoot e seguir direto para dormir. Ela acorda ao meio-dia, como de costume e faz 20 minutos de Meditação Transcendental. “Foi o meu marido que realmente me apresentou a isso”, disse Perry, que está dando a sua equipe de turnê toda a chance de aprender a prática com professora dela. “Foi a melhor coisa que eu tirei de que toda a situação, de verdade.” Ela faz uma pausa. “Ou as melhores coisas. Salvou minha vida. Quando faço, é como se estivesse abrindo um buraco no meu cérebro, é o que chamam de vias neurais.”
É o início da noite, e ela está de volta à sua suíte no SoHo Grand, depois de sua sessão de fotos. Ela tinha a maquiagem retocada e as unhas refeitas. Ela está usando um colar gargantilha, uma manta feita de umas penugens verdes que combinam com a cor de seu cabelo, uma minissaia roxa e botas de couro – ela chama este estilo de “soft grunge”, e parece algo que Angela Chase vestiria em My So-Called Life, um programa a que ela nunca assistiu. Seus pais não a deixavam assistir a este tipo de programa na televisão.
Na cama, há um ursinho de pelúcia que ela carrega de hotel a hotel; em seu armário, há várias dúzias de sapatos e 30 ou 40 roupas nos cabides. Seu cachorrinho de 5 meses, Butters, um doce e agitado vira-latinha do tamanho do Chewbacca de brinquedo que ele carrega consigo, está correndo pelo chão de madeira. Ele tem um pequeno pingente de acesso aos bastidores colocado em sua coleira.
“Nós podemos assistir ao Sol de pôr junto,” diz Perry, com um ar felino, se dirigindo à suite do terraço, com a vista panorâmica para a cidade. Ela se senta em uma das cadeiras macias, abre uma lata de chá verde e olha para a cidade. “Eu nunca fui para a faculdade,” ela diz, tomando um gole. “Eu nunca fui nem para o ensino médio. Eu super voltaria ao ensino médio se isto fosse uma opção. O meu primeiro ano do ensino médio foi o único que eu frequentei.” Ela conseguiu sua dispensa logo depois, com 14 ou 15, e começou a seguir sua carreira musical. “Eu descobri tudo isso com 9 anos eu fui muito persistente,” ela diz. “Torturava meus pais todo dia.” Ela diz, apontando para o horizonte no céu. “De longe, parece que vai funcionar. O sonho todo.”
O que não quer dizer que ela esteja satisfeita. “Estou em um nível, mas estou tentando chegar ao próximo,” ela diz. “Eu acho que seria um nível de confiança, sabe? Onde as pessoas estão tipo, ‘eu posso confiar que esta pessoa está fazendo o tipo de música que é interessante’. Eu só quero estar por perto, sabe? Eu quero ter uma carreira. E eu estou sempre me planejando para o futuro. Eu comecei uma gravadora, que me transforma em uma chefa e em uma gerente com uma empresa. Você sabe, essas coisas de adulto. Não estou mais molhando o pé na lagoa do pop. Estou mergulhando de canhão!”
Há outro sonho, também, algo como uma reserva que parece grande para ela. Ela começou sua carreira como uma cantora-compositora de guitarra (cristã, inicialmente), e algum dia ela quer voltar. “Está sempre quase saindo,” ela diz. “Está sempre pronto para pular de meu bolso. De uma coisa eu sei, e é que um dia eu farei um álbum acústico. Eu não vou vestir minhas fantasias, mas estarei sempre vestindo minha guitarra. Isso soa muito mais como minhas lembranças de casa para mim. E se as pessoas duvidam de mim, eu direi ‘Ah, bem, aqui está a prova.’ ” Este plano aparece muitas vezes. Colocando gelo em seus joelhos depois do show de Newark, ela proclama, “Meu próximo álbum vai ser acústico.” Mas a verdade é que, pode ser que leve um tempo. “Quero dizer, ela me contou que faria um álbum acústico antes mesmo de Prism,” diz Cobb. “Mas quando não houver mais nenhum desafio, o álbum acústico será seu desafio.”
“Eu amaria fazer este álbum com ela algum dia,” diz Dr. Luke. “Mas é algo que ela pode fazer quando estiver com 35, ou 40, ou 50 anos. Agora, sendo Katy Perry, e sendo uma estrela número 1 no mundo todo? Isso é bem maneiro. Se você for simplesmente me dar um álbum acústico, quando você ligar o rádio, não vai ouvir muito dele.”
Perry recentemente teve chances de passar um tempo com Madonna, que ainda não fez seu álbum acústico também. “Você tem que realmente provar que você é uma pessoa autêntica, e pode ser confiável, para ser amiga dela,” diz Perry. “O que eu realmente entendo. Você tem que guardar bem seu coração quando você está nesse tipo de nível. Você não pode simplesmente ter estranhos ao seu redor querendo sugar seu sangue. Porque todo mundo quer puxar o seu saco, sabe? Então você tem que ser bem ‘Quais são seus motivos? Por que você está aqui? O que você quer de mim?’ “
Perry abandonou este comportamento cuidadosamente quando noivou com Russell Brand depois de namorá-lo apenas alguns meses. Ele pediu o divórcio via mensagem de texto enquanto ela estava em turnê, e a desilusão caiu como pedra. Como ela diz na música By The Grace Of God, ela se sentiu momentaneamente suicida. “Foi emocionalmente traumático para mim,” ela diz. “Foi a morte de um sonho. Eu estava num conto de fadas, e na realidade eu não estava. Mas eu não gosto mais de falar muito sobre isso, porque hoje parece que isso foi há milhões de anos, e também me faz parecer desesperada, como se estivesse procurando por atenção.”
A viagem a Madagascar patrocinada pela UNICEF depois de seu divórcio ajudou-a a acordar. “Eu estava num momento de pena própria.” ela diz. “E quando fui até lá e vi a situação deles; as mulheres jovens, eu pensei que eu tivesse passado por algo abusivo, mas então olhei para elas, e elas eram abusadas fisicamente, grávidas enquanto eram abusadas e, sabe, vendendo frutas na rua, dando um jeito de sobreviver. Foi uma experiência humilde para mim. Não para comparar minha situação, mas eu fiquei ‘OK, vamos colocar as coisas em perspectiva aqui.’ É como se seus pais estivessem dizendo isso a você, sabe?”
Em seus últimos anos de adolescência, Perry os usou para quebrar as regras da fé rígida de seus pais, mas estes não foram momentos dramáticos de mudança. Ela perdeu a virgindade com 17 no banco de um jeep enquanto Jeff Buckley tocava no rádio, um feito que tem muito a ver com o estado de sua fé. “P.S, pessoas cristãs também perdem a virgindade,” ela diz. “E as pessoas que fazem álbuns gospel! Eu nunca fui um membro da fé como os Jonas Brothers! Eu nunca fiz parte do anel de castidade. Foi uma eventual mudança dos 17 a 23, na verdade. Era um pecadinho de cada vez.”, mesmo nas entrevistas gospel, ela mencionava artistas como Fiona Apple como suas influências.
Por aquele tempo, ela de alguma maneira conseguiu que seu pai a deixasse entrar em estúdio com o produtor de Alanis Morissette, Gleen Ballard, que assinou um contrato com ela. “Ela tinha um tipo de humor inquebrável,” diz Ballard, que a viu pela primeira vez em um evento cristão equivalente aos anos de shows de bandas em bares. “Olha, uma audiência é um audiência, cara,” ele adiciona. “Cristãos, muçulmanos, não importa. Você toca música para eles e eles gostam ou não.” Ballard conseguiu a ela um contrato de moda e eles viajaram o mundo. “Nós fomos ao Fashion Week – as pessoas estavam tirando foto dela e nem sabiam quem ela era.”
A gravadora de Ballard, Java, tinha contratos com a Dej Jam e Columbia, mas nenhuma mostrou muito interesse em Perry. Seu estilo musical e visual inicial era roqueiro, com um tom de Alanis em seus vocais. Cobb a aceitou como uma cliente na época da Columbia. “Katy tinha uma reputação em Los Angeles de uma estrela promissora, uma jovem, uma impressionante artista, de olhos abertos” diz Cobb, que a viu no estilo “meio Chrissie Hynde, com talvez um pouco de Joan Jett.”
Mas um dia em 2006, Perry disse a seu empresário “Eu acho que vou me tornar um pouco mais pop.” Relembra Cobb, “Eu perguntei, ‘O que você quer dizer?’ E ela disse ‘Pop star.’ E eu pedi que ela definisse melhor, e ela diz, ‘Tipo Britney Spears.’ Eu quase caí da cadeira. Você sabe o que é? Ela gosta de desafiar a si mesma. Você diz que ela não pode fazer algo – bom, ela vai e faz.”
De volta a Newark, Perry está terminando seu meet & greet quando ela encontra um doce, pequeno garoto. Ele está vestindo uma camiseta com uma estampa feita em casa dizendo “Eu conheci Katy Perry” na frente, e versos de “Roar” nas costas. “Você tem 7 anos e é você é um ‘Katy Perry Fã’?” ela diz, se agachando. Ela autografa um poster para ele. “Você é O melhor.” “Por quanto tempo você tem esperado pra fazer isso?” ela pergunta. “Bastante tempo?” “Muito mais do que isso!” ele diz. O garoto está aqui com sua família, e depois de um tempo eu percebo que seu pai está vestindo um broche da fundação Make-A-Wish. “Ele sabe todas suas músicas,” o pai conta a Perry.
“Querem tirar umas fotos?” Perry pergunta. O garoto posa em uma pose “Roar”, fazendo suas mãos de pequenas garra de leão.
Seus hinos – “Firework” e “Roar”, até agora – parece ser o que Perry faz de melhor. Eles são pura auto-estima, concentrados em inspiração, como episódio de Oprah de quatro minutos. “Eu quase nunca escrevo músicas assim, mas é definitivamente uma experiência corporal, física. Entretanto quando eu escrevo estas cancões-hino eu geralmente estou num lugar mais triste, é como se este anjinho estive no meu ombro dizendo ‘Você consegue. Encontre sua voz, encontre sua força’ blá, blá, blá. Há uma pessoa motivacionada dentro de mim que sai de dentro por meio de música, mas geralmente estou escrevendo estas músicas por que eu também preciso de encorajamento e inspiração.”
Ao tempo que Perry convida a família do garoto para tirar fotos, ela dá uma olhadela para uma de suas empresárias, Ngoc Hoang, que está chorando alto. Perry sorri à criança. “Eu já volto!”, ela diz, com um ótimo e forçado sorriso, e sai correndo do recinto antes que ele a veja chorando. Um minuto longo se passa, ela volta e tira as fotos. Já no seu camarim, ela recebe informação do pequenino fã – ele precisa de um transplante de coração mas está estável no momento. “Eu não sei de fato qual a situação com que eles estão lidando,” ela diz, fungando. “Então eu sempre penso que é o pior. É um punimento anormal e cruel – conhecer uma criança da Make-A-Wish, cheia de maquiagem, antes de um show!” Ela se joga na sua cadeira de maquiagem, Delano tem que retocar seus olhos.
Cinco meses atrás, Perry ajudou com o parto caseiro de sua irmã, filmando e servindo como assistente. Ela fala sobre ter seu primeiro filho algum dia, um plano que soa mais concreto que o álbum acústico. “Eu vejo que minha irmã é completamente devota a esta criança, 24 horas por dia.” ela diz “E, até agora, a pequena garotinha é tão esperta, tão lúcida, tão consciente, tão bonita, tão feliz, e eu quero fazer isto no tempo certo, e isto não é nos próximos dois ou três anos sabe? Talvez esteja nos planos daqui há uns cinco anos, e eu preciso ter a capacidade de me focar cem por cento nisso. Eu não quero levar uma criança para uma tour, não até pelo menos ela ter uns cinco anos.” Ela também precisaria de um cara nessa situação, não é? “Eu não preciso de um cara.” ela fala, mencionando seu amigos NPH (Neil Patrick Harris) e seu noivo David Burtka. “Quero dizer, os gêmeos do Neil e do David são lindos. Estamos em 2014! Estamos vivendo no futuro; não precisamos de nada. Eu não acho que eu vá precisar, mas veremos. Eu não sou anti-homens. Eu amo homens. Mas acho que é uma opção se ninguém se candidatar.”
Fora do Ritz-Carlton em Montreal, em uma confusa tarde, há um grasnar de adolescentes animadas, e algum homens crescidinhos.Eles estão esperando por Perry, que está na cidade para um show. Ela teve um raro dia de folga ontem, que ela passou a maioria da parte com Harris e Burtka – eles comeram sushi chique, assim como Perry, que foram benefícios de tratamentos de acupuntura. Usando um tipo de elevador secreto, Perry surge de trás das cortinas no lobby do hotel, onde ela irá tomar café da manhã e falar um pouco. Ela senta na cadeira que parece um trono (“Me sinto como um rei!”), e come seu café da manhã habitual de quem está em turnê: aveia com leite de amêndoas, um pouco de mel e uma salsicha de peru. Ela está usando um boné de baseball virado pra trás, calças de moletom e uma blusa de moletom da Rodarte com ROHEARTE escrito na frente; sua maquiagem é menos carregada que o de costume, e ela aparente ser muito nova. Eu pergunto sobre algo que ela disse no palco em Newark: “Ás vezes eu não sinto como se eu fosse uma popstar. Metade do tempo eu sinto que sou e a outra metade não. Tipo, ontem eu estava andando de bicicleta com o meu boné virado pra trás, e fui ao McDonald’s comprar um cheeseburguer!”
Existem rumores de que ela está namorando o produtor Diplo. “Eu aparento ter tempo pra namorar alguém agora?”, ela diz se referindo á sua agenda cheia. “Se eu sou uma pessoa que manda sms sexy? Sim, ok?” ela recua “Não, eu não mando sms sexys, eu mando coisas inteligentes. Sou uma intelisms.”. O gosto dela para homens, ela admite, que talvez seja problemático. Ela diz que ela e Mayer eram bem parecidos. “Nós conversávamos e conversávamos” – mas para explicando o que deu de errado “Algumas pessoas são… Sabe… Algumas pessoas são bem…” ela corta o que iria dizer “Eu não vou falar sobre isso.”
Mas em geral ela diz, “Tenho interesse em personalidades coloridas. Olha, eu não posso ser perfeita. Eu não sei. Acho que você ama quem você ama. Você aprende com o tempo. Quero dizer, cada um foi de uma forma diferente. Eu tweetei outro dia que estou procurando meu príncipe que bote em mim meu chinelo Jordan de cristal.” enquanto ela fala, um homem alto com o cabelo enrolado e branco se aproxima. É Bryan May, que tocou em um show com o Queen na cidade na noite passada.”Talvez esse seja seu príncipe” eu sussurro. Ela ri. Então eles conversam. “Esta tudo dolorido.” May diz, “Você não consegue saber o que dói mais, são os joelhos, os pés, ou os dedos? As pessoas não sabem.” “Meus joelhos estão do mesmo jeito” diz Perry “Nós fizemos duas horas em vinte minutos ontem” May diz. “Isso é bastante mano!” Perry diz e eles trocam despedidas (e sobre o mano: “Acho que eu já chamei o presidente de mano também” ela fala).
Nós voltamos para o assunto de sua apropriação cultural. Ela foi criticada por ter múmias com bundas gigantescas dançando em seu palco (um crítico as chamou de “caricaturas exageradamente sexuais do corpo da mulher negra”); se vestir como uma gueixa no AMA, e um esteriotipado comediante judeu em seu videoclipe Birthday; e por incluir uma cena em “Dark Horse” em que um homem que usa um colar escrito ALLAH é desintegrado (ela acabou alterando esta parte). “Quando você está no topó da montanha” ela fala “o vento sopra, e as pessoas estão procurando qualquer coisinha pra me fazer cair. Eles querem ter a possibilidade de ter o controle, de ter a certeza ‘Ok nós te colocamos ai, entã agora nós queremos acabar com você.’. Sobre a questão da múmia, eu me baseei na questão de cirurgias plásticas. Olhe alguém tipo a Kim Kardashian, ou a esposa do Ice T, Coco. Essas garotas não são afroamericanas. Mas são atualmente uma representação da nossa cultura querendo ser artificial, é por isso que elas tem bandagens e é por isso que elas são múmias. Eu achei que isto daria para ser correlacionado se estivesse junto.”
Pra todos os efeitos, ela não pede desculpas, e ela mantém as dançarinas em seu show. “As pessoas amariam fazer algo para que eu tivesse que me desculpar publicamente, e então eles poderiam dizer ‘Nós temos o controle sobre o sucesso dela’. Veio de um lugar sincero. Se eu suspeitasse que algo fosse ruim, então não estaria lá, por que eu sou sensitiva com as pessoas.” Ela sabe que as regras estão mudando. Ela sabe que apropriação cultural não é muito legal, mas ela não está preocupada com isso. “Acho que vou ficar só nos bonés de baseball e no hot dog, e é isso ai.” ela diz “Eu sei que isso é uma citação que vai me foder no cu, mas será que você não pode apreciar uma cultura? Tipo assim, todo mundo tem que ficar só na sua terra? Sei lá.”.
Outra crítica um pouco menos grave á seu clipe e as performances de “Dark Horse”: alguns teoristas da internet estão convictos de que há várias conspirações illuminati indicando que ela (junto com Jay-z, Gaga, e, presumidamente Weird Al) está neste grupo que domina o mundo. “Escuta aqui” ela fala, “se os Illuminati existem, eu gostaria de ser convidada! Eu vejo toda aquela merda, e eu fico tipo ‘Vamos, me chamem pra participar! Eu quero fazer parte do clubinho!’ eu não sei nem o que esse grupo é! Parece coisa de doido. Esse pessoal da internet que não tem nada para fazer, tipo, triângulos estranhos nas linhas da sua mão. Acho que você finalmente é alguém na vida quando eles acham que você é Illuminati. Mas ouça, eu acredito em aliens, e se as pessoas querem acreditar nos Illuminati, ótimo.”. Ela se pergunta se as pessoas a entendem, e ela odeia a ideia de ser vista como uma cheerleader principal do pop. “Eu não sou” ela diz, enquanto morde uma salsicha “Eu sou a assistente do palhaço. Era essa quem eu era na escola. Eles me chamavam de tetas-que-se-apoiam-no-ombro (over-the-shoulder boulder-holder), e eu nem era bonita. Eu parecia um quadrado – um retângulo na verdade – por que eu estava naquela fase estranha da adolescência.”.
“As pessoas gostam de criar personagens” ela reflete “Existem os vilões e os heróis, as garotas burras e as garotas espertas, as garotas experientes e as inexperientes – e eles criam esses personagens, tipo em uma novela. Eu amo. Eu não sei que personagem eu sou ainda. Eu tenho esse pedacinho pequeno indie em mim também. Tipo, eu sei que eu não sou essa popstar-babaca e eu também são sou a hipster-legal. Eu estou em algum lugar no meio disso.”
Então a história dela está apenas começando? Ela fica incaracterísticamente solene ponderando. “Tudo depende de Deus” ela fala, “e de eu continuar fiel a quem eu sou.” Eu pergunto sobre o que a vida se trata para ela, e ela responde “Eu só quero trazer alegria na vida das pessoas.” ela diz, e olha para seu prato de aveia “por que a vida é difícil pra caramba às vezes.”
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